sábado, 1 de outubro de 2011

Disciplina dói


Quando recordamos os tempos de infância geralmente temos alguma história engraçada ou surpreendente que sempre vem seguida de uma lembrança de um grito, ou de um tapa bastante familiar... Quem não recorda nenhuma bronca dos pais, ou de pessoas adultas com as quais conviveram, é bem provável que tenha se tornado um rebelde da sociedade ou era uma criança abandonada, moradora das ruas.

Bons adultos tiveram boa disciplina quando crianças. A advertência, o conserto e o choro, causados por alguma advertência proporcionada pelos pais, amadureceram pessoas que na fase adulta tornaram-se exemplos positivos de cidadãos. A lógica da disciplina é o aprendizado que a criança recebe para poder crescer emocional e racionalmente. A criança passa a entender que a disciplina é para a vida toda, que a cada ano que passar em suas vidas elas serão submetidas à obediência em diversas áreas, seja como estudante, filho, irmão, amigo, namorado, profissional, marido, esposa, mãe, pai, avós. Quem não se submete à disciplina não cresce, não amadurece, não fica em paz com a sociedade.

A Bíblia está repleta de exemplos de disciplinas que o Senhor concedeu aos seus filhos e servos. Sempre que Israel desobedecia, Deus disciplinava. Quando Judá desobedecia, Deus consertava. E nenhum conserto do Senhor foi indolor, mas sempre trazia paz no final e salvação eterna. O povo gemia de dor, sofria. Deus castigou o povo de tal forma que até Moisés, que teve o privilégio de receber os Dez Mandamentos do Senhor, foi impedido de colocar os pés na terra prometida.

Conosco não é diferente. Quem é convertido sabe o quanto a disciplina de Deus dói... Às vezes, não precisa ninguém ficar sabendo, mas você sente e tem consciência de que está sendo disciplinado. A vara do Senhor é pior do que cinturão de pai! Como dói o conserto do Senhor, como é difícil ser castigado por Deus! Contudo, se é assim que você tem se sentido, agradeça por ter convicção de que você é filho e que tem um Pai que é fiel, amável, justo e te concedeu a salvação.

“Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hebreus 12: 5b-6). A Bíblia fala em “açoite”, será que dói? Como dói! “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hebreus 12:7). Deus te trata como filho, por isso, entenda que esse sofrimento é o castigo momentâneo do Senhor, a “surra” do Deus que ama.

Da mesma forma que algumas crianças crescem sem disciplina (muitas sem os pais presentes para discipliná-las), assim é o povo que não tem o Senhor como Pai. “Mas se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (Hebreus 12:9). São pessoas que estão caminhando para a perdição eterna, pois Deus não as corrige, porque não são seus filhos. Deus não se importa em consertar os bastardos, mas em disciplinar seus filhos tão amados, que creem na salvação através do sangue de Jesus derramado na cruz e sabem que sem arrependimento e submissão ao Pai não pode haver perdão de pecados e nem a presença reconfortante do Senhor (Atos 3:19).

“Não desmaies”, ou seja, não se angustie ao extremo, não entre em desespero, pois o teu Deus é justo e amável. O Senhor te corrige porque te ama e “açoita” para te disciplinar. Não esqueça que esse período aparentemente ruim está intrinsecamente ligado ao seu crescimento espiritual e muitas vezes amadurecimento emocional também. “Não menospreze” a disciplina do Senhor. Não seja rebelde. Aceite a disciplina para que você possa posteriormente sentir paz, e lembre-se: é um sofrimento momentâneo.

“Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça” (Hebreus 12:11). Deus sabe que a correção é dolorida e faz de propósito, pois Ele te ama e tem um lugar reservado para você, uma morada lá no céu! “Na casa de meu Pai há muitas moradas...” (João 14:2).

Você quer morar no Céu? Você quer morar com teu Pai e deixar de uma vez por todas de ser um forasteiro aqui? Tenha paciência e sujeite-se a disciplina de quem te ama com amor verdadeiro e sem fim. Diga de todo coração, mesmo sabendo da dor: Pai, eu aceito a tua disciplina e agradeço por ser teu filho! Independente de quanto tempo você passe em disciplina, outras pessoas sabendo ou não, tenha paciência. Deus sabe quanto tempo é necessário para que você aprenda e não volte a cometer o mesmo erro.

Que o Espírito Santo conforte teu coração e que a graça do Senhor superabunde sobre tua vida. E, não esqueça: Deus te exorta como filho, um privilégio!


Caline Galvão

Hermenêutica nota 10!


 “Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido” (Jo.4:16). “Ela pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (1Sm.1:10). “...e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda” (Gn9:20b-21).
 
“E sucedeu que, perseverando ela em orar perante o Senhor, Eli fez atenção à sua boca” (1Sm.1:12). “E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada: Aparta de ti o teu vinho” (1Sm.1:14). “Na verdade, depois que me converti, arrependi-me” (Jr.31:19a).

“Por esta causa, me ponho de joelhos...” (Ef.3:14). “No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação” (Sl.13:5). “ORAI SEM CESSAR” (1Ts.5:17). “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl.40:1).

“...levantou-se do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa” (2Sm.11:2). “E a moça lhe pareceu formosa e alcançou favor perante ele; pelo que se apressou em dar-lhe os ungüentos e os devidos alimentos, como também sete jovens escolhidas da casa do rei; e a fez passar com as suas jovens para os melhores aposentos da casa das mulheres” (Et.2:9).

“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn.2:24). “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef.5:25). “E viveram felizes para sempre” (Branca de Neve e os Sete Anões).

Este é só um exemplo exagerado do que muitos pregadores modernos estão fazendo nos púlpitos das igrejas!

Caline Galvão

Ansiedade pela tomada da decisão


Há momentos na vida que precisamos tomar sérias decisões. Ainda muito novos escolhemos qual curso superior fará a diferença nas nossas vidas. Nem sempre acertamos nessa decisão, outras vezes acertamos diretamente no alvo. Depois temos que tomar outra decisão: casar ou não casar agora? Construir um lar ou deixar para depois? Dedicar minhas manhãs e tardes a Deus em sua obra ou fazer concurso público?

Todas as questões mencionadas perturbam milhares de jovens todos os dias. E quando se é mais adulto, outras questões surgem, mas sempre temos sérias dúvidas quando as decisões podem mudar o curso de nossas vidas. Não adianta se precipitar, ou você ora e pede direção a Deus para dar entendimento e abrir as portas, ou você terá a eterna sensação de “peixe fora d’água”.

Às vezes temos a plena convicção de que nossa hora chegou, que é momento de mudar, mas não sabemos como, nem para onde. São esses momentos que se tornam cruciais, pois nessa ânsia de mudar podemos acabar entendendo tudo errado e se precipitando. Não se esqueça do que disse Jesus: “Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que as vestes?” (Mt. 6:25).

Não se assuste com a sensação de “peixe fora d’água”, isso passa quando você entender o melhor de Deus e o tempo certo. “Há tempo para tudo”, já dizia o pregador. “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Mt. 6:27). Não adianta ter crise estomacal de tanta ansiedade. Não adianta perder o sono por não saber a decisão certa a ser tomada. Não adianta ficar irritado e descontar nos outros por não saber o que fazer. Ore, somente ore.

“Qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mt. 7:9-11). Deus está disponível para te ouvir. Mas lembre-se: tenha um propósito definido. “Senhor, preciso de direção para isto”. “Senhor, abra as portas para aquilo”. Peça, pois Deus é teu Pai e te ouve, Ele te dará a resposta necessária e a direção perfeita. Ele é teu guia.

Se você sente que é o momento de agir, mas não tem uma direção correta, então é momento de orar! Não se precipite, apenas ore. Não se angustie, a reposta virá. Deus tem um propósito definido na tua vida e não te deixará viver “fora d’água”. Mas quando orar, confie plenamente no Senhor, pois às vezes Ele nos coloca em certas situações de propósito, para que aprendamos a depositar nossas vidas e nossa confiança inteiramente nEle. Que Deus ilumine teus caminhos.


Caline Galvão

Salva-me, Senhor!


Já acostumados a obedecer a Jesus, os discípulos seguem viagem de barco, a pedido do Mestre (Mt. 14:22). No meio do percurso, os discípulos se assombram com uma alma que anda sobre o mar! “É um fantasma!”, grita alguém no barco (Mt.14:26). A suposta alma, então, vendo o susto daqueles homens, replica: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” (Mt.14:27).

Interessante observar que aquele que diz: “Sou eu”, não fala abertamente seu próprio nome. Este alguém apenas diz: “Sou eu”. Pedro, talvez reconhecendo a voz de Jesus, porém ainda duvidando, responde: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”.

Pedro teve um rompante de fé ou de dúvida? É bom ressaltar que é bastante perigoso utilizarmos a partícula “se” no início das frases. O “se” representa dúvida, com o “se” Jesus foi tentado três vezes no deserto. “Se tu és o filho de Deus...”; “...se prostrado me adorares...” (Lc.4:1-13). O “se” implica na proposta de um desafio, em que aquele que emprega o “se” quer uma prova daquele que recebe a mensagem. Pedro duvidou que aquele “fantasma” era, na verdade, Jesus.

Contudo, Pedro teve fé o suficiente para acreditar que se aquela alma fosse realmente o homem Jesus, este Jesus o faria andar por sobre as águas. O Pedro que duvida é o mesmo que acredita no poder de Cristo. Jesus, vendo a fé dele, mas já sabendo de antemão da sua dúvida, ainda assim, disse: “Vem!”. E Pedro foi! Pedro foi com fé! Pedro saiu do barco, no meio do “nada”, naquelas águas, ao encontro de quem ele acreditava ser Jesus. O relato bíblico afirma que ele, “descendo do barco, andou por sobre as águas” (Mt.14:29).

Interessante é notar que quando Jesus foi tentado pelo diabo, o Mestre não respondeu de acordo com o que satanás queria, mas foi enfático ao dizer que o Senhor não deve ser tentado (Lc.4:12). Porém, Jesus não foi tentado por Pedro. Jesus foi apenas questionado para que Pedro tivesse plena certeza que aquele que andava sobre as águas era realmente o Jesus que convivia com o discípulo. Pedro não propõe um desafio diretamente a Jesus, ele propõe um desafio àquele “fantasma” que ainda não dava para ter certeza que era Jesus. São, então, duas situações bastante diferentes.

Jesus, mesmo ouvindo o “se” de Pedro, não contesta sua falta de fé, mas simplesmente diz “vem!”. Pedro, tendo agora plena convicção de que aquele “fantasma” não era um fantasma, mas era Jesus, saiu provavelmente com grande afobação, visto sua personalidade sanguínea. Depois que se tocou que estava no meio do mar, andando por cima das águas, fazendo algo que é impossível aos seres humanos, teve medo e começou a afundar! Então, Pedro gritou: “Salva-me, Senhor!”. Pedro tinha plena convicção de que aquele que estava sobre o mar era Jesus, e que era quem iria salvá-lo de um afogamento.

Jesus já sabia que Pedro não tinha tanta fé assim para alcançá-lo, mas sabia da fé que Pedro tinha para ir ao encontro do Mestre. Jesus sabe até onde vai a nossa fé e sabe, que muitas vezes, quão pequenina ela é. Mas nem por isso Ele nos dá as suas costas, pelo contrário. É com esta tua fé pequena que Ele diz: “Vem!”. É nesta fé pequena que Jesus trabalha e a faz crescer. Pedro duvidou, mas com o “Vem!” de Jesus, ele foi! O “vem!” do Salvador surge depois que Pedro duvida e ao mesmo tempo deposita fé. Jesus aprimora esta pequena fé quando diz “vem!”.

Quando o vento bate, os problemas surgem, o percurso da vida fica difícil e duvidamos, começamos a afundar, como aconteceu com Pedro. Quando o discípulo grita “Salva-me, Senhor!”, é o mesmo que dizer: “Pai, aumenta minha fé! Porque é pequena”. Pedro conseguiu andar por sobre as águas até que desconfiou e afundou! Mas ele não afundou por completo, porque gritou por socorro! Jesus o salvou de sua incredulidade e o reergueu.

Muitas vezes temos a tendência de começar o caminho com o Senhor, seja como novo convertido, seja como um missionário, pastor ou alguém que trabalha para o Senhor, ou também quando estamos em períodos de grande tribulação relacionados à saúde ou família. Porém, antes de chegar ao fim, duvidamos. “Será mesmo que Deus está comigo?”. É grande a tendência de querermos esconder até do próprio Deus a nossa incredulidade. O que devemos fazer é não ter medo de dizer a Deus que duvidamos! Precisamos aprender a gritar: “Salva-me, Senhor!”; “Não tenho fé suficiente para andar sobre as águas!”.

Veja que interessante: Pedro duvida, mas deposita fé. Jesus aprimora a fé de Pedro dizendo: “Vem!”. Pedro confia no Senhor é vai! Por um instante, Pedro duvida e começa a afundar. O próprio Pedro é quem grita: “Salva-me, Senhor!”. E lá vai, novamente, Jesus aumentar a fé de Pedro: “E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?” (Mt.14:31).

Jesus sabe que nossa fé é pequena! Mas nem por isso deixa de nos ajudar. Jesus também ensina que se tivermos fé, poderemos andar sobre as águas! Deus não está te dando as costas só porque tua fé é pequena! Não é pecado pedir a Deus para aumentar a fé. Tomé também duvidou e Jesus aumentou a fé dele (Jo.20:24-29). Os discípulos chegaram a pedir a Jesus para aumentar a fé deles (Lc.17:5), porque o que eles estavam ouvindo extrapolava os limites da fé que possuíam!

Não podemos desistir dos empreendimentos realizados para a glória do Senhor! Não deixe de caminhar com o Pai na sua vida espiritual só porque tua fé está pequena. Não abandone o projeto de missões que Deus está colocando em teu coração porque tua fé é pequena. Não abandone o campo missionário em que você está porque sua fé não enxerga o que Deus pode fazer. Apenas grite: “Salva-me, Senhor!”. Se tua fé está pequenininha, não se constranja perante Deus, pois Ele te conhece perfeitamente e já sabe que você duvida. Jesus está esperando apenas que você seja humilde e peça: “Pai, aumenta a minha fé!”, antes que você desista de tudo.

O final da história é maravilhoso. Pedro foi resgatado por Jesus, Jesus questiona a pequena fé de Pedro como quem diz: “Não está vendo que estou aqui? Não está me enxergando? Eu estou aqui!”. E, por fim, Jesus é adorado por todos os que estavam no barco: “Verdadeiramente és Filho de Deus!” (Mt.14:33). Jesus está dizendo o tempo inteiro: “Eu estou aqui!”. E por que você ainda duvida?

Você precisa compreender que Jesus está sobre as águas e quer te resgatar do mar, porque Ele não deseja ver você afogar. Não tenha medo, não duvide, porque Ele vela por ti, dia e noite. Jesus está de olho em você 24 horas, não para te condenar, mas para cuidar de você! Não entende? Você só precisa clamar ao Senhor para que Ele te acrescente fé e você nunca mais duvide! Não esqueça que Jesus começou com você, portanto, Ele estará com você até o fim! “Homem de pequena fé, por que duvidaste?”.

Caline Galvão