quarta-feira, 25 de junho de 2014

Os mortos não nos ouvem!

Os mortos não podem se comunicar com os vivos. Biblicamente falando, quem morreu não ouve os vivos, eles não sabem que estamos chorando por eles, nem que sentimos saudades deles. Os mortos não ouvem nossas orações, não intercedem por nós, não nos olham, nem choram de saudade por nós.

Cristo foi bem claro sobre esse assunto quando relata, através de uma parábola, a história do rico e de Lázaro, lá escrito no Evangelho de Lucas, capítulo 16, versículo 20 ao 31. Quando o rico, queimando no inferno, pede a Abraão para Lázaro (que está no céu) molhar com água a ponta do próprio dedo para refrescar a língua do rico (que está no inferno), e quando o rico pede que Lázaro volte à terra a fim de avisar à família do rico sobre o perigo da morte eterna, Abraão explica que entre os mortos e os vivos há um grande abismo, e que não pode haver comunicação entre eles.

Abraão disse ao rico que não há comunicação entre quem está no céu e quem está no inferno: “...está posto um grande abismo entre nós [os que estão no céu] e vós [os que estão no inferno], de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá para nós” (Lc. 16.26), por isso Lázaro não podia refrescar o rico com água. Depois Abraão explicou que não há comunicação entre os que estão vivos na terra e os que já morreram. O rico perguntou: “Pai, eu te imploro que o mandes [mande Lázaro] à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Lc. 16.27-31).

Jesus Cristo, que é DEUS na pessoa do Filho, expõe claramente que não há a mínima condição de nenhuma pessoa que está fisicamente viva se comunicar com alguém que está fisicamente morto. Não há a possibilidade de os mortos intercederem pelos vivos, nem há chance de nenhum morto estar rondando na terra procurando por parentes para fazer o bem ou o mal. Os mortos não se comunicam com os vivos. Cristo nunca ensinou que os apóstolos que morreram podem interceder por nós. Cristo nunca ensinou que nossos parentes amados que morreram intercedem por nós. Somente Cristo e o Espírito Santo, sendo DEUS, intercedem por nós.

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” (Rm. 8.26,27).

Os mortos não podem nos ouvir. Quando o grande dia da ressurreição chegar, os que tiverem morrido com Cristo ressuscitarão para a vida eterna, os que morreram sem Jesus, também ressuscitarão, mas para a morte eterna.

“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (Jo. 5.29,30). Lembrando que a Bíblia diz que “não há quem faça o bem” (Rm. 3.9-12), não há possibilidade de salvação para ninguém por meio das boas obras (Efésios 2.8,9), mas os salvos devem praticar as boas obras que testificam que eles são filhos de Deus (Efésios 2.10), as boas obras não são para salvação, mas para testemunho de quem já é salvo.

O dia da ressurreição ainda não chegou. O apóstolo Paulo conforta os crentes explicando que voltaremos a ver os irmãos em Cristo que já faleceram, pois eles apenas “dormem”. Ele consola os crentes para que estes não se “entristeçam como os demais, que não têm esperança” (1ª Tes. 4.13). Cristo trará em sua companhia os que dormem (1ª Tes. 4.14). É importante ressaltar que a Bíblia só expõe o termo “dormir” no grego para a morte de crentes em Cristo, não para incrédulos. Nossos irmãos apenas “dormem”! No grande dia, “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1ª Tes. 4.16), depois os crentes que estiverem vivos alcançarão, finalmente, a redenção (1ª Tes. 4.17).

Portanto, não há a menor possibilidade de nenhum morto interceder por nós perante Deus. Ninguém que não esteja vivo pode orar por nós. Eles não nos ouvem, nós não podemos ouvi-los. Nem crentes, nem descrentes. Cristãos e não cristãos. Se estão fisicamente mortos, não nos ouvem. Também não há a possibilidade de ficarem “purgando” os pecados depois da morte. “...ao homem está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb. 9.27).

Os mortos não irão nos ajudar em nossa salvação, tampouco os vivos ajudarão os mortos a purgarem os seus pecados. Não há nenhum relato bíblico afirmando que as almas ficam em estado de purificação depois da morte (purgatório), pois “depois da morte segue-se o juízo” (Hb. 9.27).

Estejamos preparados, pois, “que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc. 8.36). 

Caline Galvão

2 comentários:

  1. Muita coisas que vc escreveu têm sentido,mas há algumas passagens bíblicas que vão contra essa teoria, como: Jesus fala para o bom ladão: "hoje mesmo estará comigo no paraíso"; na transfiguração,Jesus conversa com dois mortos; "quem crê em mim,mesmo morrendo, viverá".

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    1. Dois mortos que estão com Cristo, não estão "reencarnados". Aquela mensagem é clara aos apóstolos: A Lei e os Profetas (na representação de Moisés e Elias) atestando que Jesus era o Cristo. Da mesma forma que Jesus estava transfigurado, aparentemente numa "dimensão diferente" da nossa dimensão física, eles também estavam. Eles não estavam reencarnados no corpo de ninguém e a passagem não mostra que as pessoas que morreram vivem rondando por aqui, mas ali foi algo diferente para mostrar aos apóstolos quem de fato era Jesus.

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Espero que o texto tenha edificado ou tenha feito você refletir! Deus te abençoe.