Os mortos não podem se comunicar com os vivos.
Biblicamente falando, quem morreu não ouve os vivos, eles não sabem que estamos
chorando por eles, nem que sentimos saudades deles. Os mortos não ouvem nossas
orações, não intercedem por nós, não nos olham, nem choram de saudade por nós.
Cristo foi bem claro sobre esse assunto quando relata,
através de uma parábola, a história do rico e de Lázaro, lá escrito no
Evangelho de Lucas, capítulo 16, versículo 20 ao 31. Quando o rico, queimando
no inferno, pede a Abraão para Lázaro (que está no céu) molhar com água a ponta
do próprio dedo para refrescar a língua do rico (que está no inferno), e quando
o rico pede que Lázaro volte à terra a fim de avisar à família do rico sobre o
perigo da morte eterna, Abraão explica que entre os mortos e os vivos há um grande
abismo, e que não pode haver comunicação entre eles.
Abraão disse ao rico que não há comunicação entre quem
está no céu e quem está no inferno: “...está posto um grande abismo entre nós
[os que estão no céu] e vós [os que estão no inferno], de sorte que os que
querem passar daqui para vós outros não podem, nem os de lá para nós” (Lc.
16.26), por isso Lázaro não podia refrescar o rico com água. Depois Abraão explicou
que não há comunicação entre os que estão vivos na terra e os que já morreram.
O rico perguntou: “Pai, eu te imploro que o mandes [mande Lázaro] à minha casa
paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não
virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e
os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se alguém dentre os
mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não
ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que
ressuscite alguém dentre os mortos” (Lc. 16.27-31).
Jesus Cristo, que é DEUS na pessoa do Filho, expõe
claramente que não há a mínima condição de nenhuma pessoa que está fisicamente
viva se comunicar com alguém que está fisicamente morto. Não há a possibilidade
de os mortos intercederem pelos vivos, nem há chance de nenhum morto estar
rondando na terra procurando por parentes para fazer o bem ou o mal. Os mortos
não se comunicam com os vivos. Cristo nunca ensinou que os apóstolos que
morreram podem interceder por nós. Cristo nunca ensinou que nossos parentes
amados que morreram intercedem por nós. Somente Cristo e o Espírito Santo,
sendo DEUS, intercedem por nós.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa
fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações
sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele
intercede pelos santos” (Rm. 8.26,27).
Os mortos não podem nos ouvir. Quando o grande dia da
ressurreição chegar, os que tiverem morrido com Cristo ressuscitarão para a
vida eterna, os que morreram sem Jesus, também ressuscitarão, mas para a morte
eterna.
“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que
todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem
feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal,
para a ressurreição do juízo” (Jo. 5.29,30). Lembrando que a Bíblia diz que “não
há quem faça o bem” (Rm. 3.9-12), não há possibilidade de salvação para ninguém
por meio das boas obras (Efésios 2.8,9), mas os salvos devem praticar as boas
obras que testificam que eles são filhos de Deus (Efésios 2.10), as boas obras não
são para salvação, mas para testemunho de quem já é salvo.
O dia da ressurreição ainda não chegou. O apóstolo Paulo
conforta os crentes explicando que voltaremos a ver os irmãos em Cristo que já
faleceram, pois eles apenas “dormem”. Ele consola os crentes para que estes não
se “entristeçam como os demais, que não têm esperança” (1ª Tes. 4.13). Cristo
trará em sua companhia os que dormem (1ª Tes. 4.14). É importante ressaltar que
a Bíblia só expõe o termo “dormir” no grego para a morte de crentes em Cristo,
não para incrédulos. Nossos irmãos apenas “dormem”! No grande dia, “os mortos
em Cristo ressuscitarão primeiro” (1ª Tes. 4.16), depois os crentes que
estiverem vivos alcançarão, finalmente, a redenção (1ª Tes. 4.17).
Portanto, não há a menor possibilidade de nenhum morto
interceder por nós perante Deus. Ninguém que não esteja vivo pode orar por nós.
Eles não nos ouvem, nós não podemos ouvi-los. Nem crentes, nem descrentes.
Cristãos e não cristãos. Se estão fisicamente mortos, não nos ouvem. Também não
há a possibilidade de ficarem “purgando” os pecados depois da morte. “...ao
homem está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb.
9.27).
Os mortos não irão nos ajudar em nossa salvação, tampouco
os vivos ajudarão os mortos a purgarem os seus pecados. Não há nenhum relato
bíblico afirmando que as almas ficam em estado de purificação depois da morte
(purgatório), pois “depois da morte segue-se o juízo” (Hb. 9.27).
Estejamos preparados, pois, “que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc. 8.36).
Caline Galvão
Caline Galvão
Muita coisas que vc escreveu têm sentido,mas há algumas passagens bíblicas que vão contra essa teoria, como: Jesus fala para o bom ladão: "hoje mesmo estará comigo no paraíso"; na transfiguração,Jesus conversa com dois mortos; "quem crê em mim,mesmo morrendo, viverá".
ResponderExcluirDois mortos que estão com Cristo, não estão "reencarnados". Aquela mensagem é clara aos apóstolos: A Lei e os Profetas (na representação de Moisés e Elias) atestando que Jesus era o Cristo. Da mesma forma que Jesus estava transfigurado, aparentemente numa "dimensão diferente" da nossa dimensão física, eles também estavam. Eles não estavam reencarnados no corpo de ninguém e a passagem não mostra que as pessoas que morreram vivem rondando por aqui, mas ali foi algo diferente para mostrar aos apóstolos quem de fato era Jesus.
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