sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Necessitamos de um príncipe!


Qual mulher não deseja ser imensamente amada? Lógico que todas nós desejamos ser tratadas como princesas e extremamente amadas por nosso príncipe, não é verdade? Qual de nós recusaria o amor e todas as suas demonstrações possíveis? Garanto que nenhuma! Definitivamente fomos criadas para receber e conceder amor, e isto é incontestável.

            Entretanto, nem todas as mulheres têm a oportunidade de serem tratadas com carinho e se sentirem enormemente amadas. É natural que, por causa disso, algumas mulheres se tornem mais amargas. A frustração feminina por falta do “amor do príncipe” tem sido tratada muitas vezes com deboche por causa da ignorância de alguns quanto a este assunto. A mulher não nasceu para ficar sozinha, nem tampouco para ser maltratada ou pouco amada pelo homem.

            A Bíblia relata a história de uma mulher que desejava ardentemente o amor de seu marido, mas que nunca conseguiu tê-lo do jeito que tanto queria. Não que ele não a amasse, mas ele amava mais outra mulher, e isto lhe doía o coração. Quando eu leio a história de Lia, esposa de Jacó, percebo o quanto Deus, através de sua Palavra inspirada, consegue falar conosco por meios tão singelos. 

            Conta a história que Jacó amava uma moça chamada Raquel (Gn.29:18), filha mais nova de Labão. Por sete anos Jacó trabalhou para poder casar-se com Raquel. No dia do casamento, Labão enganou Jacó entregando Lia (filha mais velha) para contrair núpcias, ao invés de Raquel. No outro dia, Jacó, furioso, questionou a atitude do sogro. Labão, então, explicou que não poderia casar sua filha mais nova antes da mais velha, portanto, Jacó deveria se casar com Lia, e não com Raquel, quem ele amava. Uma semana depois do casamento, Raquel foi finalmente entregue a Jacó como sua mulher, porém, ele precisou trabalhar mais sete anos pelo dote de Raquel. Resumindo: para conseguir ter Raquel definitivamente como sua mulher, Jacó passou catorze anos trabalhando para seu sogro.

            Jacó então passou a desprezar Lia, sua primeira mulher. Contudo, Lia desejava ser amada e Deus sabia perfeitamente disso. Deus foi misericordioso com ela concedendo-lhe filhos. “Vendo o Senhor que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril” (Gn. 29:31). O mais interessante é que quando Lia deu à luz o seu primeiro filho, ela concluiu: “Por isso, agora me amará o meu marido” (Gn.29:32b). Quando de Lia nasce o terceiro filho, ela mais uma vez relata seu grande desejo: “Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos” (Gn.29:34b).

            A amargura de Lia por não ter o amor de seu “príncipe” era tamanha que certo dia, seu filho mais velho, Rúben, encontrou mandrágoras no campo e as colheu para sua mãe. As mandrágoras eram frutos que, na crença popular, estavam associados ao amor e à fertilidade. Vendo Raquel que Lia havia conseguido mandrágoras, pediu à sua irmã que a concedesse aqueles frutos. Então respondeu Lia a Raquel: “Achas pouco o me teres levado o marido? Tomarás também as mandrágoras de meu filho? Disse Raquel: Ele [Jacó] te possuirá esta noite, a troco das mandrágoras” (Gn. 29:15).

            Houve então uma troca: Lia conseguiu o amor de Jacó naquela noite e Raquel conseguiu aqueles frutos que supostamente fariam com que ela se tornasse fértil (uso o termo “supostamente” porque Raquel não conseguiu a fertilidade, somente muito tempo depois, e não foi por causa das mandrágoras, mas por causa do amor de Deus para com ela). Quando Lia deu à luz seu sexto filho, mais uma vez pronunciou a mesma necessidade: “Deus me concedeu excelente dote; desta vez permanecerá comigo meu marido” (Gn. 29:20a).

            As Escrituras não relatam que Lia finalmente conseguiu ser muito amada por Jacó, mas afirma o grande amor que Jacó sentia por Raquel. O amor de Jacó era tão grande por Raquel que o segundo filho que ela teve (ela só teve dois filhos vindos de seu ventre), através do qual veio a sua morte (Gn.35:18), Jacó o batizou de Benjamim, que significa “filho de minha mão direita”. Nota-se que o amor de Jacó por Raquel era incomensurável, se comparado com o que ele sentia por Lia.

            Contudo, Deus foi tão fiel a Lia, que lhe concedeu um filho chamado Judá. Posteriormente, seria Judá a tribo da linhagem de Davi, e o próprio Messias viria da linhagem da tribo de Judá, aquele que era filho de Lia, a que não teve o amor de seu “príncipe”. O amor de Deus por Lia foi tamanho que a fez ser responsável por conceber um dos antecedentes do Messias. Definitivamente Deus amou Lia, com amor grandioso e incomparável.
            A Palavra do Senhor me surpreende a cada dia. Aquela mulher nasceu há mais de seis mil anos atrás e tinha a mesma necessidade da mulher atual: ser amada. Deus nos fez para sermos imensamente amadas! Lia tinha completa razão quando sentia falta do amor de seu marido. Ela aspirava aquele amor e sabia a quem recorrer para poder tentar conseguir o que mais desejava. Lia louvava ao Senhor sempre que dava à luz um filho, pois sabia que através disso conseguiria uma aproximação maior de seu marido. E Deus sempre foi fiel a concedendo filhos. Deus amava Lia, mas ela não percebia o quanto o amor de Deus era superior ao amor que Jacó poderia conceder-lhe.

            Amada leitora, Deus conhece a nossa necessidade em nos sentirmos amadas. Deus sabe o quanto é cruel conviver com um “príncipe” desleixado ou com alguém que nem pode ser comparado a isto... Deus não faz pouco do nosso sofrimento. Deus sabe que é terrível e angustiante ser desprezada por alguém que deveria ser nosso príncipe. Ele está vendo tudo, não esqueça que Deus é onisciente (sabe todas as coisas) e onipresente (ele está em todo lugar). 

            O meu maior desejo ao escrever este texto, é que você entenda que Deus não menospreza a dor de uma mulher por não ser devidamente amada e honrada como provavelmente Eva foi por Adão, antes do pecado. Jamais pediria a você parasse de reclamar ou de chorar por causa disso. Mas pediria que você colocasse diante de Deus toda essa aflição, essa angústia por não conseguir ter o amor do seu “príncipe” como deveria. Digo como “deveria” e não como “gostaria”, pois é sim um direito seu ser amada por ele. 

“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama” (Ef.5:25-28). A Palavra do Senhor compara o amor do marido à esposa com o amor de Cristo à igreja! Percebe que você tem o direito inalienável de ser imensamente amada? Gostaria que você relesse desde o início deste parágrafo até chegar ao final da citação bíblica. Não prossiga o texto antes de fazer isso. (...) Releu? Percebe que Deus te concedeu o direito de ser amada pelo “príncipe”? Deus conhece você e sabe perfeitamente a respeito dessa necessidade intrínseca à mulher.

Se o teu “príncipe” ainda não tem consciência de que precisa se portar como “príncipe”, não pense que Deus não está vendo isto. Deus é fiel. Tão somente deposite tua confiança no Senhor, ore a respeito disso e lembre-se de louvá-lo quando a vitória chegar. Mas nunca esqueça que o amor de Deus é o único perfeito e que jamais falta. Não se esqueça do exemplo de Lia! Deus é contigo, em todas as tuas necessidades. Digo em todas, não somente em algumas. 

Espero sinceramente que o Senhor nos conceda a realização do desejo de sermos extremamente amadas, porque fomos criadas para isto e o príncipe tem o dever de nos satisfazer nesta área – principalmente se ele for cristão. E, se você ainda não tem seu príncipe, não se preocupe! O Deus é o mesmo e a necessidade também. Deus está vendo! Ore, confie no Deus que tudo sabe e descanse. 

Caline Galvão 

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Espero que o texto tenha edificado ou tenha feito você refletir! Deus te abençoe.