sábado, 1 de outubro de 2011

A questão não é a legalização do aborto - permita-me um desabafo


Nunca vi tamanha hipocrisia e falácia política nas quais milhares (quiçá milhões) de crentes caíram. Candidatos à presidência, sem moral alguma para falar sobre o tema “aborto”, conseguiram arrebatar inúmeros inocentes eleitores. Digo “sem moral” porque enquanto um deles defendia a legalização, o outro quando era Ministro da Saúde já havia promulgado uma lei que autorizava o aborto em mulheres vítimas de estupro.
            Acredito fervorosamente que a vida começa com a fecundação do óvulo. Óvulo fecundado significa gravidez. Gravidez significa vida. Impedir a continuidade da vida em gestação é proibir o prosseguimento da própria vida. A frase é simples, curta e objetiva: aborto é assassinato. Independente do motivo da gravidez, aborto é assassinato. Demorei anos para aceitar que uma criança gerada pelo ato – diga-se de passagem, demoníaco – de um estupro é um ser humano que pertence a Deus. Um erro não justifica outro. Aborto é assassinato.
            O problema, no entanto, não é o debate quanto à legalização desse infanticídio. Se o aborto foi legalizado, servirá apenas para entrar nas estatísticas do país, o que não ocorre hoje por não ser uma ação autorizada por lei. A grande questão é saber o que as mulheres brasileiras estão fazendo com as pessoas que elas estão gerando em seu ventre. Por que elas estão abortando? Qual tem sido o papel da Igreja do Senhor quanto a esta questão? Onde estão as campanhas de conscientização formuladas pelas mulheres cristãs? As mulheres congregacionais estão combatendo a promiscuidade? Elas estão elaborando panfletos que sirvam para a sociedade?
            A verdade é que a mulher que deseja abortar, aborta sem precisar de lei. Aquela que quer abortar, faz isso na calada da noite, sem ninguém saber. Aquela que quer abortar, usa a famosa “pílula do dia seguinte”, medicamento legal que serve para a mulher matar o óvulo, que pode ter sido fecundado, antes que ele se desenvolva. O que é a “pílula do dia seguinte” se não um ato abortivo? Não precisa ser muito inteligente para saber que essa é uma das mais seguras e legalizadas maneiras de se abortar. Por isso que digo: a questão não é a legalização do aborto, mas o ato em si.
            O fato é que, se a lei a favor do aborto for aprovada, isto demonstra apenas que vivemos em um Estado laico, em que nossos líderes não temem a Deus e mostra também a falta de força que os cristãos têm no Brasil. E, vale salientar, a falta de ousadia que a mulher cristã brasileira tem. A ausência da mulher genuinamente cristã e bem instruída envolvida em campanhas a favor de causas nobres, como a defesa da vida. Nunca se iluda: ser cristã é muito mais do que fazer parte do grupo de louvor da igreja ou dizer “Jesus te ama”. Ser cristã também é se envolver com causas sociais levando a perspectiva cristã para a sociedade. Faço uma pergunta hipotética e sem resposta: Será que esse debate todo nas eleições não foi uma forma de Deus mostrar às cristãs brasileiras que o brilho delas está fazendo falta em meio às mulheres incrédulas?
Onde estão as nossas mulheres congregacionais? Você não se diz protestante? Que tipo de protestantismo é esse que você vive só quando há período eleitoral? Onde está você quando ouve que a filha de sua vizinha não quer ter o filho que está em seu ventre? Você não faz nada? Não leva mensagem de esperança? Onde estão as mulheres cristãs quando percebe que um rapaz não quer assumir o próprio filho e a moça grávida entra em desespero? A mensagem das mulheres cristãs para aquelas que perecem por causa do próprio pecado tem conteúdo de paz ou de morte? Conteúdo de julgamento ou de misericórdia?
            Lembro-me de um professor universitário que comentava sobre a prática do aborto com grande pesar. Contou-nos que tinha uma amiga, casada, que estava para realizar o quinto aborto. O marido, que estava fazendo seu doutorado, exigia que ela abortasse sempre, pois não queria que nenhum bebê atrapalhasse sua carreira acadêmica. Só aceitaria ter filhos depois do doutorado ou, quem sabe, pós-doutorado... Com muito pesar, e sem esperança - como toda mulher sem Cristo –, estava chorando e se preparando para, em secreto, cometer o quinto assassinato de sua vida.
            Se, por acaso, o aborto for legalizado no Brasil, não se assuste com os números, pois eles sempre existiram e, provavelmente, sempre será inferior ao número real. Gostaria somente, nesta curta reflexão, de lembrar às mulheres protestantes que, com relação ao aborto, a função delas na Terra é protestar contra a promiscuidade e levar as boas-novas do Evangelho para aquela mãe desesperada. Sua função é se aproximar dessas mulheres, encorajá-las para o parto e fazê-las lembrar que existe o Deus Todo-poderoso, aquele que é justo e faz justiça pela morte dos inocentes, o Deus que tudo vê.
            Nesta edição em comemoração pelos 493 anos da Reforma Protestante, deixo um alerta: mulheres congregacionais, acordem! Honrem a função “protestante” que vocês têm e iluminem este tenebroso Brasil com a Palavra do Senhor! Usem todas as táticas e todos os meios possíveis que Deus concedeu a cada uma de vocês para que protestem contra o pecado! Sejam fortes e santas, exemplo de conduta e excelente moral. Não baixem suas cabeças e não se conformem com o que para Deus é ilegal!

Caline Galvão

Retirado do jornal Aliança Congregacional

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