sábado, 1 de outubro de 2011

A morte que é superior


Estava lendo alguns relatos da perseguição dos militares brasileiros contra os comunistas, durante a Ditadura Militar. Li também histórias de torturas físicas, psicológicas e mortes que existiram nas outras ditaduras da América do Sul. Depois me lembrei das histórias de alguns cientistas que foram mortos pela igreja Católica na Idade Média.

No final, percebi que as torturas sofridas pelos comunistas e os cientistas que morreram pela inquisição católica são tão cruéis quanto os sofrimentos das vítimas cristãs na atualidade que vivem no Egito, Arábia Saudita, Somália, Chechênia, Cuba, Turcomenistão, Coréia do Norte, enfim, nas nações onde é proibido o Cristianismo.

A grande questão é que para um não convertido, as mortes e torturas enfrentadas por essas pessoas têm peso iguais, todas elas morreram por um ideal. Os comunistas mortos e torturados são os heróis do ideal comunista. Os cientistas mortos pela Santa Inquisição são os heróis do ideal científico, da razão acima da superstição. Os cristãos assassinados hoje em dia são os heróis do Cristianismo do século XXI. É como se a morte e sofrimento de todos eles tivessem o mesmo peso de glória para cada determinada ideologia.

Quando reflito sobre essa questão fico sem argumentos humanos para provar a um incrédulo que o peso das mortes não é o mesmo. Embora as dores físicas e psicológicas sejam as mesmas, tais como tortura sexual, chicotadas nas costas, deslocamento de membros, decapitação, afogamento, tortura psicológica (para que a vítima acredite que é o pior dos seres humanos), assassinato das famílias das vítimas, em suma, eu sei que as dores sofridas por um cristão por causa de seu amor por Cristo não têm o mesmo valor que as sofridas por alguém por causa de outros ideais.

Partindo do princípio cético, realmente são sofrimentos iguais, com mesmo peso de honra e que devem ser respeitados e analisados por igual. Por essa ótica, um desertor comunista não deverá ser honrado, nem um cientista que se rebaixou à pressão do Catolicismo, nem um cristão que, por medo da morte e do sofrimento, tivesse renunciado sua fé. Tanto quanto o sofrimento é glorioso para todos os casos, a deserção é desonrosa.

O fato é que as dores do comunista e as dores de um cientista, ambos torturados pelo “mal” que dominava naquelas épocas, não podem ser comparadas com as dores e o sofrimento de um cristão, vítima de perseguição religiosa. Jamais desprezaria a força, a luta e as dores dos comunistas e cientistas, pois foram ocasionadas por pessoas sem piedade, foram torturas e mortes desnecessárias e desumanas, além disso, o legado de ambos tornou-se importantíssimo para a sociedade global.

(Antes de prosseguir, deixo claro que não sou comunista, nem capitalista, até porque bem sabemos que os russos assassinavam cristãos e os chineses ainda hoje fazem isso. Quando falo do legado comunista, estou me referindo aos ideias de cunho social que, embora não confessem, os capitalistas tiveram que se render a alguns deles, pois perceberam que no sistema capitalista “selvagem” o povo poderia se rebelar, caso não fossem criadas políticas públicas sociais).

Tendo esclarecido alguns pontos afirmo, sem medo de ser rechaçada por pessoas que não acreditam que Jesus Cristo é Deus, que o sofrimento físico, psicológico e morte de um cristão têm valor superior a qualquer tipo de dor suportada por uma pessoa que não abra mão de algum ideal. O sofrimento de um cristão é sempre superior, pois é a dor de um filho legítimo de Deus.

Um cristão que não desiste de Cristo, mesmo sabendo que este ato possa levá-lo à morte, não faz por causa de um ideal ou para sua própria glória. Um cristão quando morre por Cristo, sofre desnecessariamente – humanamente falando –, visto que, ele é luz no mundo. Um cristão quando é preso porque tem fé em Cristo sofre porque tem plena convicção de que Jesus Cristo é Deus, que no céu tem morada certa e que a vida depois da morte não pode ser comparada com a vida terrena.

Mas você pode questionar quanto aos muçulmanos, que se autodestroem por causa de sua religião. Digo em primeiro lugar que nesse caso, eles não são assassinados, mas se matam, cometem suicídio. Em segundo lugar, afirmo que a morte deles não é honrosa para a sociedade, pois quando eles fazem isso, matam outras pessoas e multiplicam ódio, dor, sofrimento, mágoas, tristeza, depressão, doenças, insegurança, enfim, há uma drástica diferença entre a morte de um cristão por Jesus e de um muçulmano por Alá. Não há comparação.

Quando um cristão morre por Cristo, ele faz falta na comunidade cristã local e até mesmo para incrédulos que não viam mal naquela pessoa que era cristã. Quando um cristão morre por Cristo, ele não morre com medo do depois, ele não morre com medo de deixar a família sozinha, mas ele morre pensando que Jesus é Deus e, portanto, tem a honra de morrer por Ele. Quando um cristão morre por Jesus, ele é julgado pelos homens somente por causa do “terrível dano” de acreditar em Jesus.

O verdadeiro cristão zela pela vida do próximo, zela pela boa política, zela pelos enfermos, pelos marginalizados, pelos oprimidos. O verdadeiro cristão faz uma diferença enorme no círculo de amizade que possui e na sociedade em que vive. Matar um cristão autêntico é tentar destruir o testemunho do próprio Deus na Terra. A morte de um verdadeiro cristão é mais dolorosa e profunda do que qualquer outra pessoa morta por um ideal. Assassinar um cristão é querer enfrentar a ira do próprio Deus, é desejar a mão poderosa de Deus se levantando em juízo sobre o próprio homicida.

Nosso Deus, o Deus dos cristãos, o único e verdadeiro Deus é longânimo, ou seja, é tardio em irar-se, mas um dia Ele se ira. Não deseje a ira de Deus sobre você, pois a morte de um cristão tem peso incalculavelmente superior à morte de qualquer outra pessoa por qualquer ideal. Não há comparação. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10:31).

“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram” (Apocalipse 6:9-11).

Portanto, a morte de um cristão por Jesus Cristo é superior, não há comparação. “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos” (Salmo 116:15).


Caline Galvão

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